quarta-feira, 15 de junho de 2011

A Qualidade da Programação Infantil na Televisão Brasileira

A partir da entrevista realizada com uma criança de cinco anos, da análise feita a uma grade da programação da TV aberta (BAND) e através da leitura do texto: “Algumas reflexões sobre a qualidade da produção cultural que é oferecida às crianças”, da autora Teresa Cristina Rego, pode-se realizar algumas reflexões e chegar à algumas conclusões acerca da programação infantil da TV brasileira.
Rego (2004) nos relata que nos últimos tempos houve um aumento na qualidade de programas destinados as crianças, porém a grande maioria desse repertório está na TV por assinatura. E esta, por sua vez, segundo Belloni (2010) abrange “apenas 7% dos domicílios brasileiros”. Devido à baixa renda da maioria da população brasileira.
Segundo Magalhães (apud REGO, 2004), o que melhor se produz em televisão para crianças é limitado a uma pequena parcela da população brasileira. O restante dos brasileiros que não se incluem nessa parcela tem que se contentar com a “pobre” programação aberta, criando uma nova categoria de crianças excluídas, “as sem desenho”, que condenadas a ver uma “pobre” programação infantil, cujo esta cada vez menor em comparação à farta opção para poucas crianças privilegiadas.
Através da análise feita à grade da programação do canal BAND, pode-se perceber que este canal apresenta pouquíssimos horários destinados às crianças, pois durante a semana, de segunda a sexta-feira, são reservadas apenas duas horas e trinta minutos dedicados ao público infantil e nos finais de semana não há nenhum horário dedicado a esse público. Ou seja, a TV aberta tem diminuído e muito seus espaços para as crianças.
Diante da entrevista realizada com uma criança e através da pergunta feita a ela sobre: “Qual o seu programa preferido?”, a resposta obtida foi que seu programa preferido é o “Discovery Kids”. Ao questionar o porquê de ser esse programa (que na verdade, é um canal) ele me respondeu: “Porque tem bastante filminho”, ou seja, essa criança representa uma pequena parcela da população brasileira que possui o privilégio de ter uma programação de melhor qualidade.
Como Rego (2004) nos afirma, de modo geral parece não haver boa programação infantil para a grande maioria das crianças brasileiras. A abundante opção dos bons programas televisivos fica restrita a poucas crianças que possuem um nível econômico elevado (REGO, 2004).
Concluindo, penso que a TV aberta não possui uma programação infantil de qualidade porque prefere dar preferência ao público adulto e que “consome” mais. Como as novelas, por exemplo, na Rede Globo de segunda a sexta é transmitida cinco novelas por dia, ou seja, está escancaradamente demonstrada a preferência do seu público. Através de todas as reflexões citadas nesse texto, podemos concluir que as crianças merecem um maior espaço de qualidade na TV aberta, porém enquanto a lucratividade estiver por trás de praticamente quase tudo que passa na TV aberta isso será muito difícil de acontecer.

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